O que é a segurança viária? Quais Pilares? Como melhorar?

O que é a segurança viária Quais Pilares Como melhorar

O que é a segurança viária? Quais Pilares? Como melhorar?

Entenda quais os pilares da segurança viária e sua importância para salvar vidas e reduzir custos

O que é a segurança viária?

A segurança viária é definida pelo Ministério dos Transportes como um conjunto de métodos, ações e normas que visam garantir a circulação segura de pessoas e veículos nas ruas e rodovias, urbanas e rurais, com a finalidade de prevenir e reduzir o risco de acidentes de trânsito.

São alguns exemplos dessas ações:

  • divulgação de iniciativas de conscientização sobre a importância da segurança viária em empresas, órgãos públicos, escolas e outras instituições;
  • aprovação e implementação de políticas públicas de segurança no trânsito; 
  • aprimoramento e aplicação das regras de trânsito;
  • fiscalização dos veículos e monitoramento do tráfego nas cidades;
  • elaboração e implementação de planos de mobilidade; 
  • modernização da infraestrutura rodoviária; 
  • gerenciamento da segurança de veículos;
  • capacitação de condutores, principalmente os que têm a direção como meio de trabalho, entre outras medidas.

 

O termo segurança viária ganhou destaque a partir de maio de 2010, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o período de 2011 a 2020 como a década de ação pela segurança no trânsito e estabeleceu a meta ousada de reduzir pela metade o número dos acidentes de trânsito fatais em nível global.

Estamos agora na segunda década de ação pela segurança no trânsito, que começou em 2021 e terminará em 2030, e o desafio global de reduzir as mortes no trânsito persiste.

Os acidentes são responsáveis pela morte de cerca de 1,35 milhão de pessoas por ano em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E no Brasil, só no ano de 2023, morreram quase 30 mil pessoas em acidentes nas vias do país, segundo o Ministério da Saúde.

As principais vítimas são pessoas economicamente ativas e os custos com os feridos e danos materiais dos sinistros custam aos países pelo menos 3% de seus produtos internos brutos, segundo a ONU.

E as causas da maior parte dos acidentes estão relacionadas principalmente a falhas humanas e condições precárias das vias, principalmente nos países mais pobres.

Para conter o problema da mortalidade e os prejuízos humanos e financeiros causados pelos acidentes de trânsito em nível global, a ONU incluiu a redução do número de acidentes de trânsito entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que reúnem dezenas de metas para acabar com a pobreza, universalizar o direito à educação, à saúde, proteger o meio ambiente e o clima e garantir a paz e a prosperidade das nações.

Nesse contexto, seguir os pilares da segurança viária é fundamental para garantir que os condutores, pedestres, motociclistas e ciclistas trafeguem com menos riscos e cheguem ao seu destino final sem danos. 

A segurança viária garante ainda a fluidez do trânsito com a redução dos engarrafamentos; a redução dos custos com as vítimas dos acidentes e com as penalidades de infrações de trânsito; a preservação do meio ambiente e maior eficiência das atividades econômicas responsáveis pelo desenvolvimento do país.

 

Quais são os pilares da segurança viária?

A segurança viária é baseada em sete pilares norteadores das medidas essenciais que impactam no objetivo final de prevenção dos fatores de risco e na redução dos sinistros de trânsito. Os pilares abrangem todos os aspectos relacionados às causas dos acidentes de trânsito. São eles:

  • Políticas
  • Gestão de Riscos
  • Gestão do Condutor
  • Gestão do Veículo
  • Gerenciamento de Viagem
  • Gestão de Incidente e Acidente
  • Monitoramento do Desempenho.


Iniciativas que conjugam todos esses pilares promovem a cultura da segurança viária e contribuem não só para a prevenção de acidentes e proteção de vidas, mas para a redução de custos e aumento da eficiência e sustentabilidade nos processos de transporte e logística.

O gerenciamento de todos os fatores envolvidos na segurança viária é um processo que demanda tempo, organização, planejamento, capacitação, recursos financeiros e humanos, ferramentas acadêmicas, tecnológicas.

É um esforço conjunto que pode ser direcionado com a ajuda de especialistas e empresas qualificadas no tema, como o CEPA Mobility, que oferece soluções de capacitação e gerenciamento de frotas para diversos segmentos da economia, com o foco em mudança de cultura, de comportamento, proteção de vidas, maximização da performance e redução de custos.

Nesse sentido, entramos em outro aspecto muito relevante para viabilizar a implementação de todos os pilares da segurança viária: a educação.

 

Como melhorar a segurança viária?

Segundo o Manual de Fiscalização de Trânsito do governo federal, a segurança viária só pode ser alcançada por meio de três pilares complementares: a Educação, a Engenharia e o Esforço Legal. 

A melhora da cultura de segurança viária e nos resultados de redução dos acidentes de trânsito começa pela educação e conscientização sobre a importância de conduzir de forma responsável e segura.

Ter acesso a informações sobre os princípios da segurança viária, os fatores de risco para a ocorrência de incidentes, além das consequências negativas dos acidentes de trânsito na saúde pública e na economia traz consciência a todos os usuários das vias e a alerta para a necessidade de todos agirem em prol de tornar as vias mais seguras.

E essa é uma responsabilidade compartilhada por toda a sociedade. Cada pedestre, condutor, ciclista, motociclista, empresários, agentes públicos, acadêmicos e ativistas têm papel relevante na definição e execução de cada pilar da segurança viária.

 

Principais ações para aumentar a segurança nas vias

No pilar das políticas públicas, uma das medidas centrais para melhorar a segurança viária é a manutenção e a constante atualização de uma legislação rigorosa, que garanta a aplicação de normas imprescindíveis de segurança, e a geração de dados e estatísticas dos sinistros que possam basear ações de prevenção.

O poder público também contribui para a melhoria da segurança viária com a realização de campanhas educativas de conscientização, como a campanha do Maio Amarelo, e de mobilização, como a Semana Nacional do Trânsito, que ocorre sempre no mês de setembro; além da implantação das tecnologias de monitoramento em tempo real do tráfego, do policiamento e da fiscalização dos veículos e condutores e investimentos robustos em infraestrutura e planos de mobilidade urbana.

O Brasil tem, por exemplo, a Política Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), que reúne princípios de um sistema seguro de mobilidade, como: a busca pela diminuição das ocorrência e da menor gravidade possível dos sinistros; o desenvolvimento de um sistema de transporte que preveja os erros humanos; a proteção das vulnerabilidades dos condutores e pedestres; o incentivo do uso de ferramentas preditivas e a adoção de uma postura proativa e responsável por todas as partes envolvidas.

No pilar da gestão de riscos, as ações passam pela coleta de dados sobre os condutores, veículos, sinistros e suas consequências, penalidades mais recorrentes em um determinado tipo de frota, entre outras informações.

O gerenciamento de risco envolve ainda a avaliação dos ambientes de tráfego e deslocamento; e a investigação e identificação dos fatores determinantes dos acidentes de trânsito e que geram perdas humanas e econômicas, com posterior elaboração de um plano de ação para correção e mitigação dos riscos.

Os fatores que mais causam acidentes vão desde questões comportamentais, como o desrespeito às normas de trânsito, conduzir em alta velocidade; não obedecer às sinalizações; dirigir cansado e com sono;  ingerir bebida alcoólica ou outras substâncias químicas antes de dirigir; e usar celular e outros dispositivos eletrônicos durante a condução; até fatores externos como falta de manutenção do veículo e condições precárias das vias.

Por isso, a gestão do condutor e dos veículos, mantendo a revisão em dia, por exemplo; além da observação dos fatores externos, como as condições climáticas e da infraestrutura das vias, são tão importantes no processo de construção da segurança viária quanto obedecer às regras de trânsito.

No caso dos motoristas e dos  líderes de frotas de veículos, a constante capacitação sobre as normas de trânsito e a conscientização sobre a auto responsabilidade são fundamentais para o aprimoramento da direção defensiva e, por consequência, melhorar a segurança viária e reduzir os riscos de acidentes.

Os condutores, em especial, devem adotar uma rotina de autocuidado, manter os exames de visão e do corpo em dia, dormir bem, não usar medicamentos que possam prejudicar a atenção. Se for necessário tomar esse tipo de medicamento, não dirigir sob o efeito deles e, claro, nunca dirigir após ingerir álcool ou usar drogas.

O uso de tecnologia embarcada nos veículos para monitorar o desempenho da condução e para reduzir as chances de erro humano também pode trazer impacto significativo na prevenção de acidentes e na redução da gravidade das ocorrências.

 

Conclusão

Incluir os princípios da segurança viária nas políticas de governo, na cultura organizacional das empresas, nos currículos escolares e diretrizes de diferentes instituições e buscar todos os meios e recursos para colocá-los em prática é o caminho para melhorar a segurança no trânsito.

Reduzir o número e a mortalidade dos acidentes de trânsito e melhorar a segurança e a eficiência dos sistemas de transporte e deslocamento é uma preocupação global, que  demanda ações imediatas e urgentes, a partir da educação e da colaboração de cada indivíduo, empresa, organização e agente público.

Só com o esforço conjunto de todos os atores envolvidos será possível construir uma cultura de segurança viária com foco na prevenção de acidentes, proteção das vidas e redução de custos.

 

Escrito por Débora Brito, jornalista, graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduada em Ciência Política e revisora no CEPA Mobilitty.

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