Entenda o que é a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho

Saiba o que é SIPAT, sua importância na promoção da segurança no trabalho e como ela contribui para prevenir acidentes.

Entenda o que é a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho

SIPAT é realizada uma vez por ano nas empresas para conscientizar sobre a importância da saúde e da segurança no ambiente de trabalho. Neste artigo, você vai entender o objetivo da campanha, o cenário de acidentes de trabalho no Brasil e ter acesso a algumas dicas de como realizar a SIPAT na sua empresa.

 

Qual o objetivo da SIPAT?

A SIPAT, Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, é uma medida prevista pela legislação trabalhista brasileira desde 1971, com o objetivo de envolver a empresa na discussão dos riscos associados ao trabalho e disseminar formas de prevenção de acidentes. 

O foco da SIPAT é reduzir o número de afastamentos e levantar iniciativas de promoção à saúde, ao bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos colaboradores.

A depender da natureza da atividade laboral e das características do local e das relações de trabalho, os colaboradores podem ficar mais expostos a situações insalubres e de risco de acidentes ou de adoecimento. 

As consequências dessa exposição são danosas não só para a saúde física e mental dos trabalhadores como também para a produtividade e sustentabilidade da empresa.

A semana é organizada pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CIPA) das empresas  e deve ser realizada uma vez por ano por meio de diferentes atividades com seus colaboradores, como palestras, dinâmicas de grupo, apresentações, entre outras ações.

A SIPAT tem outras duas versões: 

  • a SIPATR, Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho Rural, que foca em ações preventivas nas atividades relacionadas à agricultura e pecuária, com orientações específicas ao trabalho no campo.
  • e a SIPATMA,  a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Meio Ambiente, que aborda as mesmas questões de prevenção a acidentes adicionadas à discussão sobre sustentabilidade.

 

Panorama das Doenças Ocupacionais 

Segundo o Ministério da Saúde, existem pelo menos 347 doenças relacionadas ao trabalho. A lista oficial de doenças ocupacionais foi atualizada no final de 2023 e inclui vários tipos de tumores relacionados à manipulação de produtos químicos, transtornos físicos e mentais, lesões musculares, problemas respiratórios, alergias, doenças oculares, entre outras.

O Ministério da Saúde também aponta que, entre 2007 e 2022, foram atendidos mais de três milhões de casos de doenças ocupacionais no Sistema Único de Saúde (SUS). Mais da metade (52,9%) dos atendimentos eram relacionados a acidentes graves de trabalho; cerca de 26,8% à exposição a material biológico, 12,2% a acidentes com animais peçonhentos e 3,7% por lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares.

 

Cenário dos Acidentes de Trabalho no Brasil

Segundo a definição da Lei dos Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), o acidente de trabalho “é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade do trabalho”.

Os acidentes podem ser choques elétricos, acidentes de trânsito, queda de alturas, explosões, afogamentos, assaltos e outros tipos de violência à integridade física. Eles podem gerar diferentes lesões como traumatismos, fraturas, amputações, esmagamentos, queimaduras ou até a morte.

Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, do Ministério da Previdência Social, ocorreram cerca de 650 mil acidentes de trabalho no Brasil, em 2022. Em uma década (2012 a 2022), morreram mais de 23 mil pessoas em acidentes de trabalho no país.

Já o transporte rodoviário de carga aparece relacionado a 148.768 notificações de acidentes de trabalho, com mais de 2,8 mil mortes. O número coloca a atividade de transporte de cargas em primeiro lugar no ranking das ocupações que mais geram acidentes fatais no trabalho.

Além das perdas humanas, que são irreparáveis e incalculáveis para as famílias e empresas, os acidentes geram custos altos e consomem um percentual significativo (aproximadamente 4%) do Produto Interno Bruto (PIB) dos países, conforme estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU).

Só em 2022, foram concedidos no Brasil 148,8 mil benefícios previdenciários (auxílio-doença) por acidente de trabalho. Naquele ano, os gastos com auxílio-doença passaram de R$ 17,7 bilhões  e de R$ 70,6 bilhões com aposentadoria por invalidez, de acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

 

Saúde Mental também importa

Além das doenças físicas e dos acidentes, o mundo do trabalho pode gerar o adoecimento mental e psíquico. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2022, o SUS registrou quase 18 mil notificações por transtornos mentais relacionados ao trabalho.

Na lista das doenças ocupacionais relacionadas ao estado emocional, figuram o estado de estresse, o esgotamento, conhecido como burnout, os distúrbios do sono (insônia ou excesso de sono), transtornos depressivos, ansiosos, mentais e comportamentais.

E são vários os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças mentais, entre eles estão:jornada de trabalho, deficiências no ambiente de trabalho, violência, assédio moral, discriminação, desemprego, volume de demandas, deficiências na administração de recursos humanos e nas relações interpessoais.

O desequilíbrio das condições mentais também é reflexo da vida pessoal do colaborador. Se o trabalhador não estabelece prioridade e tempo de qualidade (ou não tem condições) para realizar exercícios físicos, descansar, dormir bem, se alimentar de forma saudável, ter acompanhamento médico e psicológico para a devida gestão das emoções e do estresse, os riscos de desenvolvimento de transtornos mentais e o impacto no trabalho aumentam significativamente.

Devido ao desconhecimento e despreparo em torno das questões comportamentais e para lidar com transtornos psíquicos e psicológicos, os problemas de saúde mental geralmente são descobertos quando já estão afetando o estado físico e causando outros danos externos, como baixa produtividade, dificuldades de relacionamento, entre outros.

O isolamento social imposto pelo período da pandemia do coronavírus agravou os casos de depressão e ansiedade entre os trabalhadores. O período foi marcado por muito estresse na conciliação entre as obrigações domésticas e o trabalho remoto (para aqueles que não perderam o emprego), além de alto consumo de alimentos ultra-processados e tempo excessivo diante de telas.

Um estudo realizado em 71 países, incluindo o Brasil, e divulgado este ano pelo Global Mind Project, mostra que ainda não há sinais de recuperação do declínio da saúde mental provocado pela pandemia.

E o Brasil figura entre as piores posições no ranking de bem-estar mental. A nota mais baixa do país foi na categoria que trata da perspectiva sobre o humor e o controle das emoções diante de situações negativas e estressantes. E 35% dos brasileiros entrevistados relataram estar angustiados ou ‘lutando’ contra problemas emocionais.

O cenário revela o grande desafio de observar a saúde mental e não negligenciar o autocuidado e o desenvolvimento da inteligência emocional tanto no ambiente de trabalho, quanto na vida particular.

 

Como prevenir os riscos de doenças e acidentes

Diante do desafio de preservar a segurança e a saúde integral dos colaboradores, é necessário agir de forma efetiva e estratégica para mitigar e eliminar os riscos que ameaçam a integridade física e mental.

Algumas ações podem ajudar colaboradores a elevar o nível de saúde e segurança:

  • Avaliar o ambiente físico e identificar pontos de insalubridade e todos os fatores de risco de doenças e acidentes para tomar as devidas providências de adequação;
  • Treinar e capacitar os colaboradores, incluindo os motoristas, acerca dos protocolos e regras de segurança recomendados para a execução da atividade laboral;
  • Certificar que os colaboradores têm acesso e estão usando os equipamentos de proteção individual, como botas, luvas, aventais, capacetes, máscaras, óculos, protetores para ouvido ou abafadores de som, cintos de segurança contra quedas para situações de trabalho em alturas;
  • Usar equipamentos de proteção coletiva: sinalizadores de advertência, barreiras de segurança, extintores de incêndio, alarmes, redes de proteção, entre outros;
  • Orientar sobre a manipulação de substâncias químicas e tóxicas;
  • Estimular o uso consciente de recursos como energia, água, papel, copos plásticos;
  • Incentivo à carona solidária entre os colaboradores;
  • Criar uma cultura de vigilância e rápida comunicação quando alguém perceber risco iminente;
  • Permitir momentos de pausa e exercícios laborais, como alongamento, descontração muscular, realinhamento da postura e interação mais leve entre os colegas;
  • Promover ciclos constantes de escuta, pesquisa e feedbacks construtivos junto aos colaboradores sobre as condições de trabalho e a situação de saúde; 
  • Oferecer benefícios e incentivos de uma rotina de autocuidado do corpo e da mente e desenvolvimento da inteligência e saúde emocional;
  • E não deixar de realizar a SIPAT.

 

Como realizar o SIPAT na sua empresa?

Para além de uma obrigação trabalhista, a realização da SIPAT pode ser uma oportunidade de integração, promoção do conhecimento e valorização dos colaboradores.

Há várias maneiras de envolver os colaboradores nas atividades de saúde ocupacional e abaixo listamos algumas dicas que podem te inspirar na organização da campanha:

  • Identifique e priorize os pontos de risco que fazem mais sentido para a realidade da empresa;
  • Defina um tema geral, assim fica mais fácil explorar diferentes nuances do problema e gerar mais diversidade de ações e abordagens em relação a campanhas de anos anteriores;
  • Prepare materiais informativos (físicos e virtuais) com dados que possam ser consultados em outros períodos do ano e compartilhe com seus colaboradores;
  • Promova palestras e workshops com profissionais especializados em diferentes ramos da saúde;
  • Organize uma rodada mais ampla de coleta de feedbacks ou pesquisa interna com os colaboradores com o foco na detecção de fatores de risco para a saúde física e mental no ambiente de trabalho;
  • Faça uma pequena feira ou organize um momento de lanche com alimentos naturais e saudáveis;
  • Convide profissionais que possam compartilhar técnicas simples de relaxamento e meditação no trabalho;
  • Divulgue treinamentos específicos para as atividades desenvolvidas na empresa;
  • Busque consultoria de empresas especializadas em segurança e saúde ocupacional para customizar as ações do SIPAT.

 

Soluções

Para te ajudar a garantir a segurança no ambiente de trabalho e a proteger seus colaboradores que trabalham como condutores ou líderes de frotas, o CEPA  tem soluções “in company” que são desenvolvidas de acordo com a necessidade de cada tipo de negócio e atividade econômica.

Com mais de 30 anos de experiência no mercado de gestão de frotas e na promoção da cultura de segurança viária, o CEPA oferece um portfólio de soluções que atendem diferentes segmentos da economia.

Conheça alguns dos serviços CEPA voltados à promoção da saúde do colaborador:

  • Palestras e Workshops de Segurança Viária: destacam a necessidade de cada indivíduo contribuir ativamente como um cidadão responsável, adotando práticas e ações preventivas no trânsito.
  • Cepa Coaching: Programa de treinamento que visa aprimorar diversas habilidades e atitudes dos condutores, focando em aspectos emocionais, comportamentais e técnicos.
  • Driver Academy: Plataforma online de aprendizagem com ferramentas que abordam temas como direção segura, comportamento no trânsito, equilíbrio emocional, tomada de decisões, avaliação de risco, velocidade, distrações e muito mais.

 

E se quiser saber mais sobre a SIPAT, baixe de forma gratuita o e-book que trata do assunto. É só clicar aqui.

Escrito por Débora Brito, jornalista, graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduada em Ciência Política, e revisora e copywriter no CEPA Mobilitty.

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