O artigo destaca o movimento do Setembro Amarelo, que conscientiza a sociedade sobre a importância da prevenção ao suicídio e do cuidado com a saúde mental. Vamos nos aprofundar na leitura sobre esse tema?
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ToggleSetembro Amarelo: A Importância do Cuidado com a Saúde Mental
Campanha completa dez anos no Brasil e busca conscientizar a sociedade sobre a importância de prevenção do suicídio
Há pelo menos dez anos, o mês de setembro é marcado no Brasil pela campanha de valorização da vida e prevenção ao suicídio. O tema da mobilização deste ano é “Se precisar, peça ajuda”.
A campanha começou no país em 2014, como iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina, para incentivar a conscientização em torno do tema e expandir as ações do dia 10 de setembro, data oficial de prevenção ao suicídio.
A data foi estabelecida em nível mundial no ano de 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP, sigla em inglês) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de chamar a atenção dos governos e outras instituições para o suicídio como uma questão de saúde pública e disseminar a mensagem de que o problema pode ser evitado.
O amarelo foi escolhido como cor oficial da campanha em referência ao carro modelo Mustang de cor amarela que pertencia a um jovem de 17 anos que se suicidou no ano de 1994, nos Estados Unidos.
No velório do rapaz, seus pais distribuíram cartões com fitas amarelas que continham mensagens sobre a importância de pedir ajuda em casos de problemas psicológicos. O caso gerou muita comoção e acabou dando início ao movimento de luta contra o suicídio em todo o mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil suicídios foram registrados em todo o mundo em 2019, o que equivale a quase 2 mil pessoas tirando a própria vida por dia. Considerando que há muitos casos subnotificados, a estimativa passa de um milhão de casos.
No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Em número absoluto de mortes, o país ocupa o oitavo lugar no mundo com mais ocorrências de suicídio.
De acordo com a OMS, o suicídio mata mais do que o vírus HIV, a malária, o câncer de mama, as guerras e homicídios. Na faixa etária jovem de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta causa de morte, logo depois dos acidentes de trânsito, da tuberculose e da violência.
Um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) mostra que a taxa de suicídio na faixa etária jovem apresentou crescimento nos últimos anos. Entre 2011 e 2022, os casos de suicídio de jovens cresceram 6% ao ano. E os casos de autolesão na faixa etária de 10 a 24 anos aumentaram quase 30% por ano no mesmo período.
Um outro estudo da Universidade de Campinas (Unicamp) revela que 17% dos brasileiros já pensaram em algum momento em dar fim à própria vida. Cerca de 4,8% deles chegaram inclusive a elaborar um plano para atingir o objetivo.
Os dados são alarmantes e chamam a atenção para a urgência da necessidade de medidas de prevenção e cuidado com a saúde mental.
PRINCIPAIS CAUSAS
Segundo os pesquisadores, as ocorrências estão relacionadas a diversos fatores, desde questões econômicas, sociais, a pobreza, mas praticamente 100% dos casos são decorrentes da prevalência de transtornos mentais não diagnosticados ou que são tratados de forma inadequada.
Um dos fatores de risco é a existência de uma doença mental, como transtornos do humor (depressão, bipolaridade), por uso de álcool e outras substâncias psicoativas, de personalidade, de ansiedade, de ajustamento, esquizofrenia e outros. E o comportamento suicida geralmente vem após complicações dessas e outras doenças mentais e pela interação entre elas, como depressão e alcoolismo, por exemplo.
Associados às doenças, fatores externos como conflitos familiares, falta de habilidade para resolver problemas pessoais, histórico de abusos físicos, sexuais, psicológicos, isolamento social, ausência de amigos, sentimentos de desesperança também podem contribuir para a ocorrência de suicídios.
COMO IDENTIFICAR
Além dos fatores de risco, o suicida geralmente emite alguns sinais pela mudança de comportamento. Portanto, é um mito a ideia de que a pessoa que está com a intenção de tirar a vida age em silêncio e de forma repentina.
Algumas atitudes são comuns como: perda de interesse por atividades que gostava, piora no desempenho escolar ou profissional, repetir frases como “preferia estar morto”, “não vejo sentido na vida”, “queria desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “eu deveria morrer”.
Outros comportamentos sinalizam que a pessoa está precisando de ajuda, como o uso abusivo de álcool ou drogas, praticar automutilações, deixar a rotina de autocuidado com o corpo, escrever cartas, separar documentos, organizar suas coisas pessoais e se isolar de forma mais frequente.
FORMAS DE PREVENÇÃO
A campanha do Setembro Amarelo tirou o suicídio da invisibilidade para tratar o tema não como um tabu, mas como uma questão séria de saúde pública que pode ser revertida. Segundo a OMS, 90% dos casos de suicídio poderiam ter sido evitados.
E a responsabilidade de prevenção é coletiva, compartilhada pelo poder público, pelas empresas, famílias, escolas e organizações sociais.
O primeiro passo de prevenção é a educação e acesso a informações corretas sobre as causas, os principais fatores de risco e os sinais. O reconhecimento das evidências em situações comuns do dia a dia e o acolhimento adequado das pessoas que estão em sofrimento podem salvar muitas vidas.
A educação também permite que a pessoa seja direcionada, ou que ela própria tome a iniciativa de ir para tratamentos com psicólogos, terapeutas e médicos psiquiatras. O acompanhamento com profissionais habilitados é fundamental para o tratamento eficaz de doenças mentais que podem levar ao impulso suicida.
Um dos canais mais conhecidos de ajuda é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem voluntários treinados para conversar com quem está precisando de ajuda e pensando em interromper sua própria vida. O CVV atende 24 horas, de forma gratuita, pelo telefone 188 ou pelo chat na página www.cvv.org.br.
COMO PARTICIPAR
Todos podem fazer parte dessa mobilidade e contribuir para a redução do índice de perda de vidas. E há várias formas de se engajar na campanha e compartilhar informações de conscientização. Seguem algumas dicas:
- Fique atento ao seu redor e observe o comportamento de familiares, amigos e colegas de trabalho. Se perceber algo estranho, ofereça ajuda e compartilhe informações sobre tratamentos, terapias ou locais de aconselhamento;
- Organize palestras, rodas de conversa, workshops, seminários, caminhadas, corridas ou outras atividades coletivas destacando a importância da saúde mental e da prevenção ao suicídio;
- Rompa com o estigma em torno do suicídio e compartilhe informações de prevenção e orientações sobre rede de apoio;
- Compartilhe também informações de incentivo ao cuidado da saúde mental e reforce a importância do tratamento psicológico e psiquiátrico;
- Invista em programas de promoção do bem-estar e da saúde mental de seus colaboradores;
- Treine a lideranças e gestores a reconhecer sinais de alerta de saúde mental;
- Promova atividades de redução de estresse como aulas de meditação, yoga e ginástica laboral;
- No trânsito, adote técnicas de antecipação de risco, reduza a velocidade e fique atento ao comportamento de pedestres posicionados de forma suspeita nos acostamentos ou outros pontos perigosos da via. A antecipação a um risco iminente pode evitar atropelamentos ou reduzir a gravidade do impacto;
- Incentive a construção de uma rotina com hábitos saudáveis, com a prática de exercícios físicos, uma dieta balanceada, busca da espiritualidade e equilíbrio entre família, vida social e trabalho;
- Crie um ambiente de apoio em casa ou no trabalho, com comunicação motivacional e aberta para o compartilhamento de emoções e sentimentos.
Conheça algumas soluções do CEPA Mobility que podem ser aplicadas durante a campanha do Setembro Amarelo
O Centro de Prevenção de Acidentes (CEPA) desenvolve programas de consultoria e treinamento especializados no controle e na gestão de riscos de trânsito e transporte para indivíduos, empresas e instituições de diferentes setores.
Nossos serviços são desenvolvidos e aplicados por uma equipe multiprofissional com ênfase no fator humano, sempre pensando na comunidade, mas também na melhoria da performance do seu negócio.
Palestras de Segurança Viária:
Nossas palestras dedicadas à Segurança Viária têm como foco primordial destacar a necessidade de cada indivíduo contribuir ativamente como um cidadão responsável, adotando práticas e ações preventivas no trânsito.
Objetivos das palestras:
- Conscientização dos Bons Hábitos no Trânsito
- Ações Conjuntas para a Segurança Viária
Temas abordados:
Palestra 1 – A paz no trânsito começa por você
Palestra 2 – Percepção de Risco no Trânsito
Palestra 3 – Atenção/distração e Antecipação de riscos
Palestra 4 – Eu e minha “buzina”: a paz e a vida devem ser valorizados
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Não fique de fora dessa missão de prevenir acidentes, salvar vidas e reduzir custos.
Escrito por Débora Brito, jornalista, graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduada em Ciência Política, e revisora e copywriter no CEPA Mobilitty.