Acidentes matam 15 por dia nas rodovias no 1º semestre de 2024

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Acidentes matam 15 por dia nas rodovias no 1º semestre de 2024

De janeiro a junho deste ano, mais de 2,9 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito nas rodovias federais. Veja como é possível evitar acidentes e salvar vidas.

No primeiro semestre de 2024, as rodovias federais do Brasil registraram 35.153 acidentes, número que já passa da metade do total de acidentes registrados em todo o ano de 2023 pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo dados da PRF, os acidentes dos primeiros seis meses deste ano deixaram 40.507 pessoas feridas, sendo que cerca de 75% sofreram ferimentos considerados leves e quase 25% delas ficaram em estado grave.

Outras 2.906 vítimas perderam a vida nos acidentes, o que resulta em uma média de 15 mortos por dia nas rodovias brasileiras. Os acidentes envolveram mais de 6,1 mil veículos.

 

Tipos de acidentes mais frequentes nas rodovias

Entre as 2.482 ocorrências fatais do primeiro semestre, o tipo de acidente predominante foi a colisão frontal (quando dois veículos batem de frente). Esse tipo de colisão foi responsável por mais de 25% das mortes nas rodovias nos primeiros seis meses deste ano.

Em seguida, os principais tipos de acidentes que resultaram em óbitos foram: atropelamento de pedestre; saída do leito carroçável, que é o espaço da rodovia destinado  à circulação dos veículos e compreende a pista e o acostamento; colisão traseira e colisão transversal.

Também figuram na lista dos acidentes registrados pela PRF no primeiro semestre de 2024: colisão com objeto, tombamento, colisões laterais, queda do ocupante do veículo, engavetamento, atropelamento de animal, capotamento e eventos atípicos.

 

Principais causas dos acidentes fatais nas rodovias

As causas para os acidentes do primeiro semestre nas rodovias federais variam desde questões comportamentais dos motoristas e pedestres, como desobediência às normas de trânsito, à falta de manutenção do veículo, além de problemas de infraestrutura da rodovia  e condições climáticas.

Segundo a PRF, as cinco principais causas dos acidentes fatais nos primeiros seis meses de 2024 foram:

  • transitar na contramão (responsável por 11,5% do total de mortes);
  • ausência de reação do condutor (11,2%);
  • reação tardia ou ineficiente do condutor (9,9%);
  • acessar a via sem observar a presença de outros veículos (6,4%);
  • velocidade incompativel (5,43%);

Outros fatores comportamentais e de desrespeito à legislação de trânsito foram identificados como causa de acidentes com óbito nas rodovias federais entre janeiro e junho deste ano. São eles:

  • ultrapassagem indevida;
  • manobra de mudança de faixa;
  • ingestão de álcool pelo condutor;
  • ingestão de álcool pelo pedestre; 
  • condutor dormindo; 
  • condutor usou celular;
  • pedestre cruzava a pista fora da faixa;
  • condutor deixou de manter distância do veículo da frente;
  • trafegar com motocicleta ou similar entre as faixas;
  • participar de racha;
  • conversão proibida;
  • retorno proibido;
  • condutor desrespeitou iluminação vermelha do semáforo;
  • frear bruscamente;
  • estacionar ou parar em local proibido;
  • transitar no acostamento; 
  • acesso irregular. 

Constam ainda causas relacionadas  à saúde do motorista, como mal súbito, transtornos mentais e suicídio (presumido).

 

Falta de manutenção do veículo

Além do fator humano, falhas nos veículos também impactaram nas estatísticas de sinistros com óbito nas estradas. Três problemas geralmente relacionados à falta de manutenção e revisão de itens de segurança do carro, da motocicleta ou de veículo de maior porte causaram parte dos acidentes nas rodovias. São eles:

  • avarias ou desgaste excessivo no pneu;
  • problema com o freio;
  • farois desregulados e demais falhas mecânicas ou elétricas.

 

Impacto da infraestrutura precária

Cerca de 67% dos acidentes com óbito nas rodovias ocorreram em pistas simples, aquelas de mão dupla que têm um mesmo pavimento dividido com uma faixa de ida e outra de volta para circulação dos veículos em sentidos opostos.

Quando se considera a condição das vias, vários fatores são apontados como contribuintes dos acidentes com morte. 

Entre eles, está a falta de elementos de contenção de leito carroçável para absorver o impacto das batidas e evitar que o veículo saia da pista, capote ou bata com outros objetos e veículos. São exemplos de contenção as barreiras de concreto ou metálicas que separam as faixas de sentidos opostos; bem como as faixas de alerta vibratório nas laterais da pista, que contribuem para chamar a atenção do motorista que for afetado por fadiga ou sonolência.

A condição precária do asfalto também contribuiu para a ocorrência de acidentes fatais. Pistas esburacadas, afundamento do pavimento, acostamento em desnível ou até a falta de acostamento figuram na lista de causas dos acidentes que resultaram em morte.

A ausência de faixa de pedestre ou outros meios apropriados de travessia nos trechos urbanos das rodovias, como passarelas, pontes ou túneis para pessoas, foi outro gargalo de infraestrutura que teve como consequência atropelamentos fatais.

Outro ponto crucial que atesta a qualidade da infraestrutura e a garantia da rodovia é a sinalização. O levantamento da PRF cita problemas como deficiência do sistema de iluminação/sinalização; iluminação insuficiente; ausência de sinalização; sinalização mal posicionada e restrição de visibilidade em curvas verticais entre as causas dos acidentes que resultaram em vítimas fatais.

A presença de objeto no meio da pista e o acúmulo de água no asfalto também foram causas de sinistros com óbito.

 

Condições climáticas

O balanço do primeiro semestre aponta que quase metade dos acidentes fatais (47,8%) aconteceu durante a noite; 39% deles ocorreram em pleno dia; 7,6% das fatalidades aconteceram ao amanhecer e 5,3%, ao entardecer.

Embora a chuva, que deixa a pista escorregadia, e a neblina, que reduz a visibilidade do motorista, apareçam entre as causas de algumas das ocorrências, 64% dos acidentes fatais ocorreram no momento em que o céu estava claro. 

Esse percentual reforça como fatores relacionados ao comportamento humano e à precariedade da infraestrutura são mais determinantes para as ocorrências e a gravidade.

Outro dado que revela o impacto do comportamento sobre os riscos e a gravidade é o dia em que os acidentes fatais são mais frequentes. As datas que mais se repetiram no registro de acidentes com óbito em todo o país no primeiro semestre foram os finais de semana, principalmente os domingos, com destaque para o Dia das Mães, que este ano foi celebrado em 12 de Maio, e o domingo pós-Carnaval, no dia 18 de fevereiro.

 

Prevenção e segurança

As causas apontadas pela PRF mostram que a maioria dos acidentes das rodovias poderiam ser evitados. Os dados provam também que as ações de prevenção de acidentes devem ser integradas e envolver todos os atores envolvidos, desde o cidadão comum, motoristas, passageiros, pedestres, motociclistas até os agentes da segurança, órgãos públicos, empresas privadas e organizações sociais, afinal, a responsabilidade pela segurança nas vias é compartilhada.

E tudo começa pela educação com foco na mudança de comportamento de condutores e pedestres para que a legislação de trânsito seja obedecida e um novo paradigma de mobilidade seja estabelecido nas vias do país.

Ter consciência sobre as perdas humanas e materiais geradas pelos acidentes faz diferença na construção de uma cultura de segurança viária, princípio fundamental para que o Brasil avance na meta de reduzir pela metade o número de acidentes, principalmente com mortes.

Os investimentos em infraestrutura, o aprimoramento de políticas públicas, o reforço da fiscalização viária e o engajamento de empresas e trabalhadores autônomos que atuam com deslocamento rodoviário de pessoas e cargas também são essenciais para mudar essa realidade de alta mortalidade no trânsito.

Esse é um desafio global que somente será superado com a colaboração de todos. O segundo semestre ainda está começando e já é tempo de agir para mudar as estatísticas deste ano.

 

Recomendações CEPA para prevenir acidentes e salvar vidas:

O CEPA Mobility é precursor na área de gestão de risco de trânsito e uma referência global em segurança de frota. Veja abaixo algumas recomendações de nossos especialistas  para evitar a ocorrências de trânsito e proteger vidas:

  • Planeje sua viagem considerando a distância que será percorrida, as características das rodovias e as condições climáticas;
  • Mantenha a revisão de seu veículo em dia, com destaque para os itens de segurança, como freios, pneus, filtro do motor, entre outros;
  • Respeite a sinalização de trânsito;
  • Mantenha sempre a distância segura em relação ao veículo da frente;
  • Não exceda a velocidade estipulada para a via;
  • Em condições adversas, como neblina ou chuva forte, redobre a atenção e, se possível, busque um local seguro onde possa parar;
  • Não use celular ou outro dispositivo eletrônico ao volante;
  • Desenvolva suas habilidades emocionais para controle da ansiedade e outros transtornos que possam prejudicar a performance da condução;
  • Não dirija sob efeito de álcool ou substâncias químicas que afetem sua capacidade de reação;
  • Busque capacitação e treinamento com especialistas para aprimorar suas habilidades técnicas de condução em situações de risco.

 

Para saber mais

Se precisa conhecer sobre boas práticas de segurança viária para condutores e líderes de frotas de veículos, recomendamos acessar os e-books desenvolvidos pelo CEPA Mobility. Não perca essa oportunidade e baixe agora mesmo esse conteúdo de forma gratuita:

E-book Veículos Pesados e Segurança Viária

E-book Os Benefícios da Segurança Viária para o Agro

 

Escrito por Débora Brito, jornalista, graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduada em Ciência Política, e revisora e copywriter no CEPA Mobilitty.

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